terça-feira, 18 de maio de 2010

A IMPORTÂNCIA E AS POSSIBILIDADES DE MANUTENÇÃO DA BIODIVERSIDADE NA TERRA

Artigo Acadêmico
Odilon Manske
12/03/2009


RESUMO

A importância e as possibilidades de manutenção da biodiversidade na Terra relacionam-se com a capacidade de compreensão que temos sobre evolução biológica e meio ambiente. Contudo através dos impactos antrópicos e os desdobramento destes sobre o meio ambiente corremos o risco de uma nova extinção em massa. Para o delineamento de mecanismos capazes de evitar tal catástrofe é necessário o entendimento profundo das mais diversas relações entre os seres vivos e sua interação com o meio ambiente, buscando desta forma a compreensão do todo.

Palavras-chave: Biodiversidade; Impacto antrópico; Extinções em massa.


1 INTRODUÇÃO

O planeta Terra desde a sua formação passou por cinco grandes extinções de massa, a mais recente ocorreu no período Cretáceo-Terciário, a cerca de 65.5 milhões de anos também conhecido como K-T, e segundo a teoria mais aceita foi causada pelo impacto de um meteoro que formou a cratera de Chicxulub, que agora se esconde na Península de Yucatan, abaixo do Golfo do México. Na ocasião, 16% das famílias de espécies marinhas, 47% dos gêneros marinhos e 18% das famílias de vertebrados terrestres, incluindo os dinossauros, foram devastados. (ESTRELLA, 2007).

Porém existem muitas controvérsias a respeito dos eventos que desencadearam este processo. Pesquisas recentes concluíram que o impacto do asteróide em Chicxulub ocorreu 300 mil anos antes do grande extermínio. (VIKIPÉDIA, 2009).

Desta forma, esta grande extinção em massa pode ter sido resultado de eventos cataclísmicos desencadeados por reações em cadeia como chuva de cometas, vulcanismo maciço, alterações climáticas e epidemias. (VIKIPÉDIA, 2009).

Assim, falar de biodiversidade significa dizer que a forma e a distribuição das criaturas vivas sobre a Terra podem ser atribuídas a dois fatores - à evolução e ao meio ambiente. A evolução biológica implica extinção de espécies, uma vez que a seleção natural expressa a sobrevivência do mais apto, do mais adaptado a cada ambiente. Assim, à medida que ocorrem mudanças ambientais, muitas espécies e até grupos inteiros (famílias) podem ser extintos. (ESTRELLA, 2007).

E ainda de acordo com Barros, Cademartori e Machado (2006): “assim, depreende-se que qualquer espécie, mais cedo ou mais tarde, desaparece, seja em decorrência de uma menor aptidão ecológica, seja em função de alguma catástrofe”.

Deste modo, devemos evidenciar o impacto antrópico imputado sobre o meio ambiente na atualidade, como por exemplo, o crescimento impetuoso da população humana e por conta disso a destruição de habitats naturais, aquecimento global ocasionado pela queima de combustíveis fósseis, aniquilação maciça de espécies já em risco de extinção, entre outras.

E devemos questionar ainda: a espécie humana pode sobreviver frente a uma redução drástica da biodiversidade? Existem perspectivas para caminhos concretos a serem trilhados para sua manutenção? Estes serão uns dos aspectos a serem tratados neste trabalho.


2 A IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADE PARA O PLANETA TERRA

Entende-se a biodiversidade como a diversidade de organismos vivos existentes na biosfera. Contudo devemos perceber a importância dos organismos vivos não como seres tomados isoladamente, mas como um todo. Onde o singular depende do funcionamento harmonioso e equilibrado do meio e de muitas outras espécies para poder se desenvolver e dar continuidade a sua própria espécie.

Deste modo o aquecimento global enquanto resultado da atividade humana pode levar o planeta ao desequilíbrio e colapso, desencadeando reações em cadeia causando uma nova extinção em massa.

Aquecimento global não significa somente a elevação da temperatura atmosférica, mas também a elevação da temperatura dos oceanos, causando derretimento das calotas polares e com isso inundações costeiras, morte dos recifes de corais levando ao desaparecimento de espécies que dependem estritamente dele para sobreviver.

Com o aquecimento dos oceanos existe o risco de interrupção das grandes correntes marítimas. Assim, se a corrente do golfo do México cessar, que leva água quente ao atlântico norte, a Europa central e as ilhas britânicas poderão experimentar uma nova era glacial.

Estudos recentes ainda apontam a possibilidade da liberação de grandes bolsões de metano congelado no fundo dos oceanos e nas tundras congeladas do ártico, podendo desencadear reações em cadeia descomunais, já que o metano é um dos gases do efeito estufa.

Com a elevação da temperatura pode ocorrer ainda mortandade maciça do fitoplâncton, que forma a cadeia primária de alimentação para diferentes espécies de peixes, moluscos, crustáceos entre outros. Com o desaparecimento do fitoplâncton marinho, outras espécies iriam desaparecer como a sardinha, o arenque e outros planctófagos e assim a alimentação dos grandes cetáceos, golfinhos, tubarões, leões marinhos, focas, morsas, pingüins dentre tantos outros estaria seriamente comprometida.

Aqui percebemos claramente como a vida está intrinsecamente correlacionada e, portanto devemos entendê-la no meio em que está inserida em relação com o todo deste ambiente. O rompimento de um simples elo neste sistema pode desencadear a extinção de espécies, uma vez que o tempo para novas adaptações será muito curto.

Assim também ocorre com a espécie humana, sem a biodiversidade a sobrevivência do homem no planeta seria impossível. Desta forma, o oxigênio do qual tanto dependemos para sobreviver é mantido graças a fotossíntese realizada por vegetais e fundamentalmente pelo microscópico fitoplâncton marinho.

A maioria dos alimentos é proveniente de plantas que dependem de insetos, pássaros, morcegos e outros seres para a polinização. Apenas com o declínio das abelhas, em escala global, neste processo teríamos grandes crises de abastecimento.

Da mesma forma ocorre na medicina, a maioria dos produtos farmacológicos é proveniente diretamente de vegetais e animais. Deste modo a fonte de cura para diferentes males ainda está por ser descoberto nos diferentes ecossistemas do planeta. Com o declínio da biodiversidade não teremos a chance sequer de conhecer e pesquisar novas espécies, pois elas estarão perdidas para sempre.

Ainda de acordo com Lima (2008): “hoje são cientificamente conhecidas cerca de 1.500.000 de espécies no planeta. Considerando as estimativas mais coerentes, o número total de espécies vivas deve girar em torno de 30 milhões de espécies”.

Portanto, pode-se afirmar que a manutenção da biodiversidade é de extrema importância para a preservação da vida como um todo.


3 CAMINHOS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE

A perda da biodiversidade é um fenômeno global, imputado principalmente pela atividade humana. Portanto, para evitar a diminuição das espécies depende-se de medidas a serem adotadas em escala global. Cada nação deverá ser responsável pela manutenção de seus biomas e ecossistemas.

Para tanto, será necessário a criação de reservas ecológicas em pontos estratégicos de determinado bioma e a ampliação das reservas já existentes. Porém, livres da ingerência humana para que os mesmos tenham a chance de se regenerar. Bem como a criação de corredores ecológicos para o livre trânsito de diversas espécies faunísticas.

Outro aspecto importante é a diminuição gradativa da queima dos combustíveis fósseis em escala mundial, com o objetivo de estabilizar de forma confiável a emissão dos gases de efeito estufa. Como vimos anteriormente estes tem desdobramentos catastróficos sobre o meio ambiente na forma de aquecimento global e como conseqüência sobre a biodiversidade.

Localmente devem ser desenvolvidas políticas de compensação econômica para quem tem, por exemplo, reservas florestais e outras áreas de preservação permanente de interesse coletivo, caso contrário teremos um excelente discurso teórico e uma prática autoritária sem funcionalidade.

Assim ao criarmos leis e outros mecanismo que impedem um proprietário de utilizar um determinado habitat, fazendo-o utilizar um em detrimento a outro mais rentável, estamos lhe impondo arbitrariamente a arcar com os custos da conservação, enquanto a sociedade no geral recebe os benefícios.

Ainda devem ser criados mecanismos quanto à introdução e controle de espécies exóticas bem como maior fiscalização por parte dos órgãos ambientais para inibir o contrabando de espécies nativas.


4 CONCLUSÃO

A manutenção da biodiversidade é extremamente importante para manter o equilíbrio biológico do planeta Terra. Percebemos que as relações entre as espécies e o meio são vitais para sua conservação. Portanto devemos entender cada espécie como parte intrínseca do todo. O rompimento de um elo nesta interação de espécies pode desencadear uma extinção em cadeia.

No entanto é através dos impactos antrópicos e as suas conseqüências que a manutenção da biodiversidade está em risco. Seja pela destruição de habitats naturais, seja pelo aquecimento global ocasionado pela queima de combustíveis fósseis ou tantas outras atividades de risco para o meio ambiente.

Portanto a extinção de espécies não é um fenômeno localizado ela ocorre em escala global. E somente com medidas globalizadas poderemos ter a chance de evitar uma nova extinção em massa.

A partir destas premissas, faz-se necessário o debate sobre os efeitos advindos da atividade humana para o meio ambiente. Afim de que possam ser estabelecidos critérios claros que visem a preservação do meio ambiente bem como a diversidade das espécies incluindo o próprio homem.


5 REFERÊNCIAS

BARROS, R. C.; CADEMARTORI, C. V.; MACHADO, M. Extinções em massa e a crise atual da biodiversidade: lições do tempo profundo. Disponivel em: . Acesso em: 11 Mar 2009.

ESTRELLA, S.  Como funciona a extinção de animais. Disponível em: .  Acesso em: 11 Mar 2009.

LIMA, L. E. C. A importância da Preservação da Biodiversidade para o Planeta. Disponível em: . Acesso em: 11 Mar 2009.

WIKIPÉDIA. Desenvolvido pela Wikimedia Foundation. Apresenta conteúdo enciclopédico. Disponível em: . Acesso em: 11 Mar 2009.

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