sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Litoral Norte: Farol de São Roque, Genipabú, Dunas, Redinha, etc.

Saimos dia 24/07 as 07:00 com nosso guia o Sr. João Francisco, guia extremamente experiente e conhecedor profundo da cultura local e dos pontos turísticos. Quem for a Natal vale a pena entrar em contato com ele e agendar algum passeio, o seu e-mail é joaofcodantas@hotmail.com.

    Árvore do amor - Próximo do farol de São Roque.

    Farol de São Roque, local mais oriental do Brasil e ponto mais próximo da África, mais precisamente de Dacar no Senegal.

    Thomas segurando um camaleão nas dunas.

    Que lindinho!!

    Local no qual foram gravadas algumas cenas da novela o clone.

   Passeio com dromedário.

    Passeio num lugar estonteante!

   

Praia de Ponta Negra - Natal-RN

Como pudemos comprovar, Natal é um destino que sem dúvida vale a pena conhecer. Dentre as diferentes praias podemos destacar Ponta Negra, um dos Cartões Postais de Natal, tendo o morro do careca como principal atrativo.

    As águas são cristalinas e a temperatura é muito agradável para esta época do ano.

   Nada como uma água de côco diretamente da fonte.

   Imagem panorâmica da praia de Ponta Negra.

    Valeu Ponta Negra!

    Preparado pelo Chef Manske: Filés de lagosta, pirão de lagosta, arroz e salada. Nada mais casual.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Pesca Oceânica em Natal-RN

Finalmente chegamos em Natal-RN e restavam ainda dois dias e muita ansiedade para a pesca que estava prevista para o dia 21/07/2011.

    Praia de Ponta Negra.

   Vista do rio potengi e praia da Redinha, local de partida para a pescaria.

    Barco com 57' e três tripulantes para a realização da pescaria.

    Enfim navegando, deixando para tras a cidade de natal e a ponte sobre o rio Potengi.

    Todos os pescadores a bordo.

   Primeira ação do dia e quem diria: um belo peixe serra.


    Um lindo dourado do mar e um belo serra. Infelizmente o mar está cheio de carneirinhos, para designar um mar bastante encrespado, o que rendeu um baita mal estar nos meus companheiros de pesca.


    De volta ao rio Potengi. São 13:30 hs e o saldo da pescaria foram 04 serras, 03 dourados do mar e 01 atum azul. Obtamos em encerrar a pescaria porque o mar estava muito agitado e os meus companheiros de pesca (esposa e filhos) passaram muito mal.
Esperamos poder voltar em outra época com um mar mais calmo e segundo as informações do capitão a melhor época compreende os meses de outubro a janeiro.
Portanto, que os grandes nos aguardem.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

PROGRAMA DE FOMENTO À PISCICULTURA

Por Odilon Manske em 18/06/2010

No dia 05/05/2010 a Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente, através do Programa de Fomento à Piscicultura, fez a entrega de trinta e nove mil alevinos para 22 produtores do município de Vacaria. Com mais esta campanha a Secretaria totalizou 157.000 de alevinos entregues para o período de novembro/2009 a maio/2010, atendendo mais de 150 produtores.

As espécies disponibilizadas para este período de alevinagem foram: quatro espécies de carpas, jundiás, lambaris, piavas, tilápias, surubins, dourados, traíras e trairões.

Além das tradicionais campanhas de alevinos a Secretaria da Agricultura, através do Programa de Fomento à Piscicultura, disponibiliza ainda de um técnico para o acompanhamento desta atividade no município. Cuja função consiste na orientação da açudagem e espécies apropriadas para cada situação, análise dos aspectos químicos, físicos e biológicos da água e acompanhamento na despesca e transporte do pescado, com materiais e métodos apropriados para esta atividade.

A partir do ano de 2009 este programa foi incrementado através de pesquisas com espécies de jundiá (Rhandia quelen), tilápia (Oreochromis niloticus) e piava (Leporinus obtusidens), produzidos em tanques-rede. O objetivo desta pesquisa pioneira na região dos Campos de Cima da Serra, visa a viabilidade econômica e a adaptabilidade destas espécies ao nosso clima.

FIGURA 1 - Jundiás produzidos em tanques-rede prontos para comercialização no Mercado Público Municipal.
FONTE: O Autor


Os resultados obtidos para as espécies de jundiá e tilápia apontam para a viabilidade de sua produção neste sistema. No entanto, para a tilápia, sua produção poderá ser feita somente durante o ciclo de verão, por sua intolerância às baixas temperaturas. Já para a piava, as pesquisas ainda estão em andamento, cujos resultados serão obtidos em novembro e dezembro de 2010.

FIGURA 2 - Despesca de tilápias para filetagem e comercialização.
FONTE: O Autor

A importância destas pesquisas consiste em difundir práticas modernas de piscicultura, através da disponibilização de seus resultados e da metodologia aplicada, objetivando o incremento de renda na propriedade rural.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Projeto Rhamdia

Início do Projeto Rhamdia quelen, cujo objetivo foi o estudo sobre a viabilidade econômica desta espécie nativa criada em sistema de tanques-rede.



Dia de campo com acadêmicos do curso de Biologia no local do Projeto.



Eu e algumas acadêmicas de Biologia.


Socialização com os acadêmicos participantes do dia de campo.



No término do projeto, alguns indivíduos atingiram 0,7 kg, aferindo grande potencial de produção desta espécie na região de Vacaria-RS.


Peixes prontos para a comercialização no Mercado Público de Vacaria, oriundos do Projeto Rhamdia.


Após o término do projeto pesquisa com a espécie Rhamdia quelen e o curso de Biologia, conseguimos realizar com sucesso experiência  com a produção de tilápia no mesmo sistema de produção. A experiência mostrou a viabilidade da produção desta espécie nesta latitude e a 970 metros de altitude, com invernos extremamente rigorosos. No entanto, nestas condições climáticas sua produção somente  é possível durante os meses de novembro a abril.


 
Filetagem de tilápia. Uma quantidade significativa atingiu 600 gramas em 05 meses, no entanto a média permaneceu em 400 gramas por indivíduo, o que conferiu sucesso ao experimento e grande perspectiva para o incremento de sua produção.


 
Tilápia com 600 g de peso vivo. Com este tipo de corte conseguimos obter 240 g de filé, conferindo 40% de rendimento.

Coroação do experimento com a venda de filé de tilápia no Mercado Público de Vacaria, que por sinal teve excelente aceitação dos consumidores.

O EXAME DE DNA NA PRÁTICA FORENSE

Odilon Manske
11/09/2008

Artigo Acadêmico


RESUMO

O exame de DNA na prática forense diz respeito a toda uma metodologia que inicia com a coleta do material biológico e termina com o perfil final do DNA. Neste processo as enzimas de restrição desempenham ação fundamental, que consiste em cortar o DNA em fragmentos de diferentes comprimentos, que, quando submetidos à procedimentos específicos podem ser separados por tamanho, visualizados e comparados.

Palavras-chave: DNA; Enzimas de restrição; Seqüência gênica.


1 INTRODUÇÃO

Há muito tempo a prática forense vem utilizando os mais diferentes métodos de análise, com o objetivo de fornecer provas irrefutáveis na solução de diferentes crimes. Assim, o uso de impressões digitais vem de longa data e ainda hoje é utilizado na expedição de diferentes documentos uma vez que ela é uma característica singular, ou seja, não existe outra pessoa com o mesmo padrão de impressão.

Também a utilização de materiais biológicos como o sangue tem permitido a identificação de casos criminais como também contribuído na solução dos casos de paternidade. Porém este método sorológico vem sendo pouco utilizado na atualidade, dando lugar aos exames de DNA.

Assim como a impressão digital o DNA de cada ser humano é singular com exceção de gêmeos univitelinos. Desta forma o exame de DNA para fins de identificação pessoal e determinação de paternidade passou a atingir níveis de certeza quase absoluta.

Contudo o material coletado na cena do crime e o próprio exame de DNA requerem recursos humanos altamente qualificados e elevados custos para a aquisição dos materiais e equipamentos laboratoriais necessários.

O exame de DNA inclui diferentes etapas que vão deste a coleta do material até o perfil final do DNA e envolvem diferentes procedimentos. Talvez o mais importante seja o uso de enzimas restritivas para fragmentar o DNA, gerando um padrão comparativo.

Diversas enzimas restritivas tem sido utilizadas em análises de DNA. Cabe perguntar o que são estas enzimas? Como funciona o corte do DNA através delas? Estas serão algumas das questões a serem abordadas por este trabalho.


2 A FUNÇÃO DAS ENZIMAS RESTRITIVAS NA ANÁLISE DO DNA

Enzimas restritivas são enzimas bacterianas e segundo a Wikipédia (2008), “elas atuam como tesouras moleculares, reconhecendo seqüências de pares de bases específicas em moléculas de DNA e cortando-as nesses pontos”.

Portanto, com estas enzimas o DNA pode ser dividido em fragmentos de diferentes comprimentos dependendo da seqüência gênica do indivíduo. E ainda de acordo com Borém e Santos (2004, p.165), “Um indivíduo que apresenta a seqüência AAGCTT, reconhecida como sítio de corte pela enzima Hind III, terá seu DNA fragmentado por esta enzima em tantos fragmentos quantos forem as vezes que esta seqüência ocorrer”.


FIGURA 1 – PONTO DE CLIVAGEM DE DUAS ENZIMAS DIFERENTES

FIGURA 2 - AÇÃO DA ENZIMA EcoR1


 
3 ETAPAS E PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DE MATERIAL GENÉTICO NA PRÁTICA FORENSE

Existem diversas etapas e procedimentos para se chegar ao perfil final do DNA, o procedimento, de forma simplificada, inclui sete etapas: coleta da amostra, isolamento do DNA, corte do DNA, separação dos fragmentos, transferência do DNA, hibridização de sondas e perfil do DNA (BORÉM E SANTOS, 2004).

A coleta de amostra pode ser constituída de qualquer material biológico, como pêlos, sêmen, sangue etc., onde o isolamento do DNA poderá ser realizado através de uma simples gotícula ou fração deste material.

Após o isolamento do DNA pode-se proceder com a fragmentação do DNA pelas enzimas de restrição, cujo resultado será um grande número de fragmentos de diferentes tamanhos.

Devemos levar em consideração que todo este processo é bastante complexo, assim como a separação dos fragmentos por tamanho, que são de ordem nanométrica, e segundo Borém e Santos (2004, p. 167):

Tal procedimento consiste em submeter os fragmentos do DNA, dentro de um gel, a uma corrente elétrica. [...] O procedimento consiste, portanto, em depositar os fragmentos de DNA em uma canaleta (um pequeno sulco) moldada na extremidade do gel próximo do eletrodo negativo. Com a corrente elétrica, o DNA migrará dentro do gel na direção oposta, isto é, em direção ao eletrodo positivo. Os fragmentos menores de DNA migrar-se-ão mais rapidamente do que os maiores, permitindo dessa forma, separá-los por tamanho.
Após a separação dos fragmentos por tamanho, eles são transferidos e fixados numa membrana de náilon, por capilaridade, a partir deste ponto eles podem ser manipulados para sua visualização com a adição de sondas coloridas ou radioativas. Este processo é conhecido como hibridização de sondas (BORÉM E SANTOS, 2004).

Finalmente chegamos ao perfil do DNA, cujo resultado é um padrão de bandas de diferentes tamanhos. Desta forma, este perfil que é o resultado do exame da amostra colhida e pode ser comparada com o DNA dos indivíduos indiciados como suspeitos pelo sistema judicial.

No caso do teste de paternidade o procedimento não difere muito. Para a identificação de um dos pais faz-se a análise do DNA do suposto pai, da mãe e do filho. No entanto o ser humano é passível de erro, desta forma é importante a adoção de critérios que devem ser observados desde a coleta de material biológico até a conclusão final do exame.


4 CONCLUSÃO

Concluímos com este trabalho que a prática forense há muito tempo vem utilizando os mais variados métodos para a identificação de criminosos ou de possíveis pais. Alguns métodos para identificação ainda continuam em uso na atualidade, como é o caso da impressão digital. Já os exames sorológicos convencionais vão cedendo espaço ao exame do DNA.

Mas devemos levar em consideração que o exame de DNA ainda é bastante oneroso e muitas vezes os laboratórios para este tipo de exame localizam-se nas capitais dos estados, dificultando desta forma a agilidade e elevando os custos.

Contudo o exame de DNA é uma poderosa ferramenta para a prática forense, ela tem o poder de inocentar ou condenar, porém, é de suma importância a criteriosidade nos procedimentos laboratoriais, uma vez que o ser humano é passível de erro.


5 REFERÊNCIAS

BORÉM, A.; SANTOS, F. R. Biotecnologia Simplificada. 2 ed. Viçosa, MG: Folha da Mata, 2004.

WIKIPÉDIA. Desenvolvido pela Wikimedia Foundation. Apresenta conteúdo enciclopédico. Disponível em: . Acesso em: 11 Set 2008.



ALIMENTAÇÃO E GERAÇÃO DE ENERGIA NOS TELEÓSTEOS DE ÁGUA DOCE

ALIMENTAÇÃO E GERAÇÃO DE ENERGIA NOS TELEÓSTEOS DE ÁGUA DOCE


Artigo Acadêmico

Odilon Manske  03/05/2007


RESUMO

A alimentação e geração de energia nos teleósteos de água doce, está intrinsecamente relacionada a inúmeros fatores que dizem respeito ao meio em que vivem e às demandas específicas em nutrientes de cada espécie. Como os peixes são cultivados em tanques ou açudes, constituindo desta forma um sistema ecológico, que deve ser estudado e conhecido sob todos os aspectos de sua dinâmica para não incorrermos em práticas equivocadas que podem levar ao fracasso total do empreendimento ou degradar o meio ambiente.

Palavras-chave: Nutrientes; Energia; Peixes.


1 INTRODUÇÃO

Com esse trabalho pretende-se traçar interligações entre demanda de nutrientes dos peixes cultivados em água doce, a capacidade de absorção dos mesmos e as variantes do meio, (limnologia física, química e biológica), na alimentação e conversão nutricional.

Destacaremos ainda a necessidade elevada de proteínas (compreendendo os aminoácidos essenciais para os peixes na sua composição), no balanceamento do alimento disponibilizado e discutiremos do porque da baixa demanda de lipídeos, uma vez que se trata de fonte poderosa na geração de energia.

Analisaremos a importância do plâncton na alimentação dos peixes, as formas de otimizar sua presença nos meios de cultivo e seu valor nutritivo, principalmente na fase larval e de alevinagem.


2 DEMANDA ENERGÉTICA DOS PEIXES DE ÁGUA DOCE

Como outros animais, os peixes exigem dietas com teores adequados de energia, proteína (aminoácidos), minerais, vitaminas e lipídeos para a manutenção e produção. As exigências variam entre e dentre as espécies e são influenciados por diversos fatores.

De acordo com Moreira et al. (2001, p. 59):

A energia não é um nutriente, é liberada durante os processos de oxidação metabólica dos carboidratos, lipídeos e aminoácidos. Normalmente é expressa em caloria (cal), que é definida como a quantidade de calor que é necessária para elevar a temperatura de 1g de água em 1 grau Celsius (1 ºC). Outra unidade utilizada é o joule (J), sendo que 1 joule é a energia requerida para acelerar a massa de 1 kg a 1m/s a uma distância de 1 m. Como joule e caloria são unidades pequenas, na prática, o conteúdo de energia dos alimentos é expresso em quilojoule (KJ = 10³ J).
A energia bruta é toda a energia consumida e que está presente na forma de carboidratos, lipídeos e proteína. O que interessa aqui é a que é metabolizável, que é a energia do alimento menos a das fezes, urina e brânquias. Ela é utilizada para os processos metabólicos.

Ainda segundo Moreira et al. (2001, p. 60), “O incremento calórico (IC) representa a energia perdida pelos peixes na forma de calor [...]”. Esta perda de energia originada pelo processo metabólico diz respeito à digestão e absorção que nos peixes é baixa em relação aos animais homeotermos.

Sabemos que o valor energético dos alimentos depende de sua composição química, por exemplo, o porcentual da proteína bruta (PB) num determinado alimento não fornece nenhuma idéia do verdadeiro valor energético, deveríamos saber das exigências dos aminoácidos essenciais requeridos pelos peixes na composição das proteínas. Para Moreira et al. (2001, p. 61), “os peixes exigem 10 aminoácidos essenciais: arginina, histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina”.

Para formular dietas mais precisas, deveríamos levar em conta a energia digestível e não a energia bruta, pois é necessário determinar o coeficiente de digestibilidade da energia.

De uma forma geral os peixes são exigentes quanto a presença de proteína na dieta. Ela está relacionada com o balanço de energia da dieta e a composição e digestibilidade dos aminoácidos dos ingredientes. Em relação a frangos e suínos a dieta dos peixes possui elevado conteúdo de proteína bruta, mas variando conforme a espécie, para Carpas o teor exigido é de 24% de PB e para a Tilápia do Nilo é de 32% já para aves e suínos é de 18 – 21% e 13 – 22% de PB respectivamente.

Já os lipídeos são compostos insolúveis na água e a porcentagem na dieta varia em função da proteína-energia e do tipo do lipídio utilizado, uma vez que a deficiência não permite adequada retenção de proteína, enquanto o excesso pode elevar o conteúdo de gordura visceral e corporal. A outra desvantagem no excesso de gordura é a longa permanência dela no trato gastro-intestinal, fazendo com que o peixe não se alimente, impossibilitando dessa forma a digestão e absorção de outros nutrientes que poderiam ser ingeridos durante este período. Estudos comprovam que para peixes onívoros o conteúdo ideal de lipídeos no alimento é de 3%, já para os carnívoros este índice é bem maior, já que para eles os lipídeos e a proteína são fontes primária de energia.


2.1 A FUNÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DOS ÍONS DE H+ (pH) PARA OS ORGANISMOS AQUÁTICOS

Importante notar a ação das enzimas que ocorrem nos substratos constituídos por carboidratos, proteínas e lipídeos. Para que as reações enzimáticas e todo o metabolismo ocorram satisfatoriamente nos peixes é necessário que as condições das variáveis do meio, como temperatura e pH estejam de acordo. No caso do pH é importante proceder com análise do solo onde a criação do pescado vai ocorrer ou se a criação já estiver sido instalada, procede-se com a análise da própria água utilizando-se o reagente apropriado. Para se obter bons resultados preconiza-se um pH neutro ou ligeiramente alcalino, ou seja, 7.0 a 8.5.

Caso o solo e/ou a água do meio seja ácida ou ligeiramente ácida, usa-se geralmente a calagem para neutralizar a acidez deste ambiente. No caso específico do município de Vacaria-RS, utiliza-se o calcário dolomítico ou a cal virgem na proporção que varia entre 1,8 a 2,5 toneladas/ha.

A prática da calagem e a conseqüente correção do pH, além de favorecer as reações enzimáticas, ainda proporciona um maior desenvolvimento de plâncton, principalmente algas (produtores primários); provoca o depósito de matéria orgânica em suspensão; fornece o cálcio necessário para as estruturas dos organismos aquáticos e para o esqueleto dos próprios peixes e auxilia na reprodução dos peixes, pois estudos comprovam que ovos e larvas são mais sensíveis ao pH baixo do que peixes adultos.


2.2 A FUNÇÃO DA TEMPERATURA NOS FENÔMENOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

Outra variante importante é a temperatura da água. De acordo com Furtado (1995, p.30), “a temperatura da água é um dos fatores mais importantes nos fenômenos químicos e biológicos existentes em um viveiro. Todas as atividades fisiológicas dos peixes (respiração, digestão, excreção, reprodução, alimentação, etc.), estão intimamente ligados à temperatura da água”.

Observações feitas no nosso município comprovam que algumas espécies de peixe cultivados, (carpa comum Cyprinus carpio, carpa capim Ctenoharingodon idella, carpa cabeça-grande Aristichthys nobilis, carpa prateada Hypophthalmichtys molitrix, traíra Hoplias malabaricus entre outros), cessam a alimentação durante os meses do inverno, quando a temperatura cai para menos de 15 °C. Já a tilápia (Oreochromis niloticus) e o bagre africano (Clarias gariepinus) morrem com temperaturas abaixo de 12 °C, o que praticamente inviabiliza o cultivo destas espécies na nossa região.

Podemos afirmar que o metabolismo destes peixes é maior, à medida que aumenta a temperatura e menor (podendo cessar ou causar mortalidade) com baixas temperaturas. Ainda de acordo com Furtado (1995, p. 30), “ Os peixes [...] geralmente vivem bem com temperaturas entre 20 – 28 °C; seu apetite máximo está entre 24 – 28 °C.” O que corrobora com a nossa orientação dada no sentido de cessar os procedimentos de arraçoamento e fertilização durante o período mais frio do ano, com exceção da truta arco-íris (Salmo gairdneri).


3 A IMPORTÂNCIA DO PLÂNCTON NA NUTRIÇÃO DOS PEIXES

Numa conceituação genérica podemos dizer que o plâncton engloba todos os organismos microscópicos vegetais (fitoplâncton) e animais (zooplâncton) que tem pequena capacidade de locomoção e que vivem ao sabor da corrente da água.

As larvas dos peixes, após a absorção do saco vitelino, alimentam-se do plâncton. Quando alimentadas com organismos vivos, elas apresentam taxas mais elevadas de crescimento e sobrevivência.

Para Furtado (1995, p. 46), “o plâncton é para a larva de peixe, quanto o leite materno é ao recém-nascido.” Pois apresentam todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento saudável das larvas.

É importante salientar que existem diversos fatores que interferem principalmente na produção primária (fitoplâncton), os quais estão ligados ao clima, penetração da luz solar, precipitação atmosférica, temperatura da água e a dinâmica dos nutrientes inorgânicos (nitratos, fosfatos, carbonatos, etc.).

Podemos afirmar ainda que na piscicultura semi-intensiva o manejo preconiza a produção de quantidades ideais de plâncton, fundamentalmente para a engorda da carpa cabeça-grande (Aristichthys nobilis) e carpa prateada (Hypophthalmichtys molitrix), ambas se alimentam quase que exclusivamente de plâncton e podem passar dos 20kg. Para que quantidades ideais desses micronutrientes possam ser disponibilizados é necessário que se proceda com a calagem e adubação orgânica ou inorgânica.

O tema é controverso, já que existem discrepâncias entre autores em relação à quantidade de adubo orgânico a ser aplicado num hectare de lâmina de água. Para (MOREIRA et al., 2001), 4,0 a 6,0 toneladas de esterco seco de aves ou suínos, dividido em aplicações quinzenais de 200 a 250 kg/ha seria suficiente. Já (FURTADO, 1995), preconiza a aplicação de 1 tonelada de esterco seco de aves quinzenalmente ou 1,4 tonelada de esterco de suínos respectivamente.

Podemos afirmar, que a quantidade de adubação orgânica a ser aplicado por hectare de lâmina de água depende de condições específicas de cada situação, pois fatores como taxa de renovação de água, temperatura, oxigênio dissolvido, presença de outros materiais orgânicos mortos (vegetação) entre outros, desempenham papel fundamental para a dosagem adequada da adubação, onde não se pode incorrer em indicações genéricas, pois cada caso é um caso.

Importante frisar que o esterco deve ser bem curtido, do contrario estaremos promovendo a poluição nos cursos de água, devido principalmente aos coliformes fecais e outros patógenos que podem estar presente no esterco. Devemos portanto, avaliar o impacto ambiental que a adubação orgânica pode causar, para não incorrermos em erros e práticas que venham contribuir com a degradação do meio ambiente.


4 CONCLUSÃO

Concluímos com esse trabalho, que a nutrição correta dos peixes de água doce, na geração de energia, exige grande conhecimento nas áreas da limnologia química, física e biológica, onde a matéria prima não é o peixe e sim a água. Portanto, faz-se necessário conhecer todos os aspectos e as variáveis para poder utilizá-las a nosso favor e não como um empecilho que venha comprometer um empreendimento de cultivo.

Por outro lado, é fundamental conhecer profundamente os peixes que se pretende cultivar, seus hábitos alimentares, a conversão alimentar em peso, bem como sua adaptabilidade quanto as variações de temperatura ao longo do ano.

Por fim, vimos que o plâncton é um ingrediente indispensável na nutrição de algumas espécies de peixes, bem como a adubação orgânica (cuja quantidade não pode ser resultado de indicações genéricas), para sua obtenção em quantidade ideal, observando sempre a interligação de diversos fatores internos e externos de cada caso e o impacto ambiental que esta prática pode causar.


5 REFERÊNCIAS

FURTADO, José Francisco Rodrigues. Piscicultura: uma alternativa rentável. Guaíba: Agropecuária, 1995.

MOREIRA, Hedem Luiz Marques et al. Fundamentos da moderna piscicultura. Canoas: Ulbra, 2001.

A OBESIDADE INFANTIL NO BRASIL

A OBESIDADE INFANTIL NO BRASIL


Artigo Acadêmico
Odilon Manske  03/04/2008


RESUMO

A alimentação no ambiente escolar quase sempre é relacionada com a merenda escolar, porém deveremos aproveitar esse espaço importante enquanto ferramenta pedagógica, incorporando o tema alimentação como conteúdo fundamental e interdisciplinar, cujo objetivo deveria ser o de capacitar o educando enquanto agente questionador, transformador e inovador. Esse estudo traz à tona a realidade da merenda escolar hoje, sob a luz de uma nutrição balanceada, propondo mudanças significativas na sua composição.

Palavras-chave: Escola; Merenda; Nutrição.


1 INTRODUÇÃO

A obesidade infantil no Brasil e no mundo vem tomando proporções que beiram a uma epidemia, em que os reais desdobramentos a sociedade já experimenta hoje. Além dos inúmeros problemas relacionados com a saúde e os respectivos custos aos cofres públicos, podemos citar ainda os efeitos negativos em forma de depressão e perda de auto-estima das crianças acometidas desse mal.

Na perspectiva da evolução biológica dos seres humanos, tentaremos desvendar o verdadeiro vilão desse mal que atinge proporções descomunais na sociedade contemporânea e tentar apontar possíveis soluções para este problema. Ou seja, elucidar o papel dos genes na questão da obesidade e por outro lado discorrer sobre os fatores do meio no qual a sociedade atual está inserido.

No apontamento de sugestões, tentaremos evidenciar o papel do Estado, da família e da escola no possível abrandamento da situação atual.

Analisaremos ainda o impacto das mudanças sócio-econômicas nos hábitos alimentares da sociedade e o papel da mídia, responsável por toda uma propaganda apelativa, cujo alvo geralmente é o público infanto-juvenil.


2 O PAPEL DOS GENES E DO MEIO AMBIENTE

Na perspectiva da evolução biológica os genes responsáveis pelo acúmulo de gordura não se desenvolveram para a grande oferta de todo o tipo de alimentos. Os genes para o possível desenvolvimento da obesidade existem para os longos períodos de escassez, ou seja, armazenar gordura para os períodos de fome. Daí resulta que há milhões de anos, as melhores chances de sobrevivência eram daqueles que conseguiam armazenar as maiores quantidades de gordura. Se um dia estes genes foram responsáveis pela sobrevivência, hoje se transformaram em verdadeiras ratoeiras para capturar e estocar gordura.

Hoje sabemos que um grande percentual de crianças desde a mais tenra idade possui as premissas genéticas para o acúmulo de gordura, porém o perigo reside no encontro de uma nutrição rica em gordura sob todas as suas formas e a falta de exercícios físicos para sua queima, o que gera um superávit da mesma, ocasionando o aumento da massa adiposa.

Mas o que mudou? Os genes continuam os mesmos, o que mudou foi a nossa relação com o meio ambiente. Podemos falar hoje da geração coca-cola e batata frita, que inclusive se infiltrou em nossas casas e escolas, cujas crianças vivem penduradas na televisão ou no computador, que movem a mão somente para o controle remoto, o joystick e o saco de chips.

A banalização do dia-a-dia nos prega peças, fato que pude comprovar com os meus dois filhos: Thomas Werner de 04 anos e Maria Letícia de 09 anos. Numa observação mais detalhada comprovei que ambos passavam em média 09 horas deitados, 09 horas sentadas e mal e mal 06 horas em pé e mesmo neste período os dois se movimentavam intensivamente por apenas cerca de uma hora; o que certamente prejudica o desenvolvimento de suas capacidades motoras e corporais.

Mas por que isso ocorre? Talvez porque não demos atenção suficiente para as coisas do cotidiano. Todos passam o dia inteiro correndo atrás da “máquina”, chegamos de noite em casa e, cansados, nos prostramos em frente à televisão ansiando por um lanche rápido, aquele sem muita mão-de-obra aonde os ingredientes já vem prontos. Atividades físicas com os filhos? Nem pensar. Quanto mais acomodados eles estão com os seus docinhos, salgadinhos e refrigerantes melhor. Impor limites? Muito menos. Há esta hora ninguém quer enfrentar birra de criança.

A conscientização da nossa práxis no cotidiano em relação aos nossos filhos leva inexoravelmente a uma reflexão e indagação: Será que não somos demasiados egoístas?

Além de egoístas, agindo desta forma estamos cometendo um verdadeiro crime para com nossos filhos, pois além de não interagirmos salutarmente com eles ainda os entupimos com coisas que terão sérios desdobramentos negativos em sua saúde. Para nós, enquanto pais deveriam valer a máxima: eu não quero para os meus filhos o que hoje eu não aceitaria se tivessem feito comigo.

Pois com a obesidade não é somente o corpo que sofre, mas as conseqüências terão sérios desdobramentos psíquicos negativos, resultado de todo tipo de discriminação e chacota por parte de seus colegas de idade, que leva fatalmente à frustração e depressão podendo causar um circulo vicioso, onde estas crianças podem desenvolver ímpetos de devorar tudo o que encontram pela frente.

É isto que queremos para os nossos filhos? A resposta é não. Nenhum pai ou mãe quer isto para os seus filhos. Mas então, porque agimos desta maneira? Talvez porque não consigamos enxergar problema algum em crianças rechonchudas somado ainda à falta de conscientização dos desdobramentos cruéis que a obesidade terá na vida destes seres.

Portanto é o meio ambiente em que estas crianças vivem o maior responsável pelos altos índices de obesidade, onde os pais e a realidade sócio-econômica são os fatores determinantes.


3 O PAPEL DO ESTADO, DA ESCOLA E DA FAMILIA NO CONTROLE DA OBESIDADE

Devemos pensar a merenda escolar não somente como meio para satisfazer as necessidades nutricionais do educando, mais do que isto, ela deveria ser pensada em primeira instância enquanto ferramenta pedagógica, já que é servida no ambiente escolar. Levando desta forma, à reflexão do corpo docente, merendeiras e nutricionistas, que a partir duma atividade integralizada com toda comunidade escolar promovendo o debate. Tendo sempre em consideração as peculiaridades regionais e os hábitos alimentares locais, para se chegar a uma alimentação realmente salutar, com vistas a um projeto arrojado, visando não somente a melhoria da alimentação na escola, mas também no próprio seio das famílias destes educandos, uma vez que fatores como desinformação, influência da propaganda televisiva, hábitos familiares e sociais desempenham funções determinantes nos hábitos alimentares da nossa sociedade e que é preciso mudar. Ou seja, cabe aos docentes no processo ensino-aprendizagem habilitar o educando enquanto intelectual orgânico, no sentido de agente transformador e inovador, interagindo e interferindo para a mudança da alimentação de sua própria família.

Portanto, é um erro ver a merenda escolar apenas no âmbito assistencial, como mera suplementação alimentar dada a parcela mais carente da população. Sob o prisma do assistencialismo, corremos o risco de escamotear todas as oportunidades reais, eximindo-nos da responsabilidade e o compromisso que temos enquanto educadores para propor mudanças neste espaço real de transformação, enclausurando-nos no pequeno mundo do comodismo, onde só o fato de pensar a respeito se torna um fardo, quanto mais mudar uma realidade. Quando na verdade esse espaço deveria servir enquanto ferramenta valiosa para promover a saúde da comunidade escolar e de seus familiares. Para que isso ocorra, toda a escola deve sentir-se motivada e comprometida a participar desse projeto.

É fundamental incorporar a alimentação dentro das escolas, como um tema fundamental e interdisciplinar. Assim como a criança precisa aprender matemática, português, também deve aprender sobre temas relacionados à saúde, para isso o educador precisa estar capacitado para passar informações sobre nutrição a seus alunos. Por outro lado, medidas precisam ser tomadas no sentido de regulamentar a propaganda que acaba influenciando o consumo de alimentos ricos em gordura e açúcar, cujo principal alvo é o público infantil.


3 POR UMA MERENDA COM QUALIDADE NUTRICIONAL

No ambiente da alimentação escolar, os educandos devem ser vistos como consumidores diferenciados, em que o maior apelo deveria ser o nutricional, resumido numa alimentação balanceada. Isso significa oferecer alimentos que, combinados, supram suas necessidades calóricas sem lhes causar qualquer espécie de transtorno posterior, como obesidade, distúrbios estomacais ou, até mesmo, úlceras. Esta combinação deve ser composta de saladas, cereais, verduras, carnes, lácteos, legumes e frutas.

É notório também que observamos certa resistência das crianças ao consumo de verduras, legumes, hortaliças e frutas. Porque na verdade não foram habituadas e incentivadas a consumir estes alimentos na sua própria casa, resistência esta que só pode ser vencida a partir de uma reeducação alimentar.

Infelizmente hoje, quando analisamos mais de perto a quantas anda nossa merenda escolar, somos obrigados a constatar que o tipo e a qualidade dos alimentos servidos deixam muito a desejar.

Para corroborar com o exposto, realizou-se um levantamento da merenda escolar servida durante manhã e tarde durante oito dias na Escola Municipal de Ensino Fundamental Pedro Álvares Cabral, no município de Vacaria-RS, cujo resultado foi o seguinte: dia 17/03/2007, sábado - café com leite e bolacha salgada; 19/03/2007, segunda-feira - café com leite e bolacha salgada; 20/03/2007, terça-feira – polenta, carne moída com molho, salada de repolho e suco de pêssego; 21/03/2007, quarta-feira – batida de banana e bolacha salgada; 22/03/2007, quinta-feira – quirera com carne moída, feijão e suco de uva; 23/03/2007, sexta-feira – arroz, carne moída ao molho com batata, lentilha, suco de uva e maçã só no período da tarde; 26/03/2007, segunda-feira – arroz doce; 27/03/2007, terça-feira – cachorro-quente e suco de pêssego.

Percebemos claramente que os itens responsáveis no fornecimento de micronutrientes ao organismo, como as vitaminas, estão praticamente ausentes neste tipo de alimento, com exceção da carne, repolho, suco de pêssego, batida de banana e maçã. Nota-se também que durante esse período tivemos somente uma vez salada e fruta, quando na verdade estes itens entre outros deveriam fazer parte diária do cardápio. Percebemos ainda uma alimentação muito pobre em carboidratos e proteínas e por outro lado excesso de lipídeos, uma vez que no preparo dos molhos utilizou-se grande quantidade de gordura de origem vegetal.

Num país que, 40% da população está acima do peso e pouco mais de 10% são obesos, conforme divulgação do próprio Ministério da Saúde em 2006, percebemos claramente um movimento de transição, de um quadro de desnutrição para o sobrepeso e a obesidade. Isso sem dúvida ocorre pelas mudanças nutricionais. Cada vez mais a população consome alimentos industrializados, ricos em gordura e açúcar, influenciados principalmente pela mídia e os hábitos alimentares dos americanos na forma dos fast foods (lanches rápidos). Poderíamos resumir originariamente nossa cultura alimentar em arroz e feijão, mas há um número expressivo de crianças que não estão mais ingerindo esses alimentos.

Ainda no âmbito da alimentação escolar, seria importante introduzir o consumo de pescado e seus derivados na merenda, já que o maior apelo deveria ser o nutricional e segundo Oetterer (2002, p. 35-36):

Ao se comparar peixes com outras carnes, pode-se constatar, por exemplo, que as trutas apresentam 3,4% de lipídeos, 0,6 g/100g de saturados, 1,0g/100g de monoinsaturados e 2,2g/100g de poliinsaturados (sic), sendo 0,1mg/100g de EPA e 0,4mg/100g de DHA, além de 57mg/100g de colesterol. A carne de frango tem 14,8% de lipídeos, 4,2g/100g de saturados e 3,2g/100g de polinsaturados, não apresenta o EPA e o DHA e contém 90mg/100g de colesterol.
Além disso, sabemos da presença dos ácidos graxos (ω3, ω6 e ω9), principalmente nos óleos de peixes marinhos e ainda segundo Oetterer (2002, p. 36), “[...] estudos recentes atribuem a este alimento a proteção contra doenças vasculares, reduzindo níveis séricos (sic) de colesterol, sendo 15g/dia o consumo conveniente para contrabalancear fatores de risco”.

Levando-se em consideração o consumo de pescado no país, que é estimado em 6,8 kg per capita, índice muito baixo se comparado com outros países e ainda dos potenciais hídricos que estão disponibilizados, é chegado a hora de unir esforços para promover e incentivar o consumo do pescado, começando a partir da escola. O peixe deveria estar presente na merenda escolar no mínimo uma vez por semana. Pois no pescado o consumidor encontrará muito mais vantagens nutricionais do que em qualquer outra carne ou mesmo alimento de origem animal, como por exemplo a presença de todos os aminoácidos essenciais, o alto teor de lisina, a alta digestibilidade protéica, e entre outros, o baixo teor de colesterol, fazendo dele um alimento nutricionalmente bom.


4 CONCLUSÃO

Concluímos, que a alimentação no ambiente escolar deveria ser utilizada como ferramenta pedagógica transformadora dos hábitos alimentares da comunidade em geral, onde o educando desempenharia papel de multiplicador dessa nova visão nutricional. Onde a merenda escolar deveria ser o princípio dessa mudança com a melhoria de sua composição.

Percebemos uma mudança substancial nos hábitos alimentares da população brasileira, influenciada pela cultura americana, a propaganda apelativa e em parte pela situação sócio-econômica da população, que está contribuindo para um movimento de transição para o sobrepeso e a obesidade.

Segundo levantamento realizado, o papel da merenda escolar não está contribuindo para mudanças de hábitos alimentares e muito menos colaborando para a reeducação alimentar dos escolares, passando a impressão que o governo, tanto na esfera federal, estadual e municipal se utiliza dela enquanto propaganda demagógica. Pois se ela realmente fosse usada dentro dos princípios nutricionais necessários, sua composição seria mais rica em cereais, frutas da estação, saladas, legumes, carnes, lácteos e menos calóricos.

Vimos também a importância do consumo do pescado e definitivamente concluímos que ele deveria fazer parte do cardápio semanal da merenda escolar.


5 REFERÊNCIAS

OETTERER, M. Industrialização do Pescado Cultivado. Guaíba: Agropecuária, 2002.

A IMPORTÂNCIA DAS FIBRAS VEGETAIS PARA A HUMANIDADE

A IMPORTÂNCIA DAS FIBRAS VEGETAIS PARA A HUMANIDADE


Artigo Acadêmico

Odilon Manske   19/06/2008


RESUMO

A importância das fibras vegetais para a humanidade, se relacionou nos primórdios com a facilitação na resolução de problemas referentes à alimentação, abrigos e vestuário dos seres humanos, enfim, contribuiu para sua sobrevivência e reprodução. Através da escrita no papel primitivo, elaborado destes materiais, ainda cumpriu função dignificante, uma vez que significou a existência do homem através do tempo. E nos tempos atuais contribui com a preservação do meio ambiente, na medida em que vai substituindo a utilização de fibras artificiais, principalmente o plástico.

Palavras-chave: Fibras vegetais; Civilização; Meio ambiente.


1 INTRODUÇÃO

Na história da humanidade as fibras vegetais desempenharam papel fundamental para a consolidação da civilização humana. Assim, desde os períodos mais remotos o homem utilizou-se destes materiais para garantir a sua sobrevivência, seja para confeccionar linhas e redes de pesca, cordões para atar em arcos que serviam para a caça e diversos utensílios para transportar materiais coletados ou provenientes da pesca e da caça. Ainda as fibras vegetais secas eram utilizadas para se atar na ponta de paus que depois de embebidas em gordura de origem animal serviam de tochas com as quais o homem podia se locomover na escuridão, protegendo-o das adversidades da natureza.

Já no período neolítico (10.000 a 4.000 a.C.) algumas civilizações da mesopotâmia usavam as fibras vegetais misturados à argila crua que fornecia materiais para construir abrigos, que funcionam como excelentes isoladores térmicos. É deste período também que data o vestuário feito de linho.

Porém, a grande contribuição das fibras vegetais pode ser relacionada com o advento da escrita e com ela o papel, ainda de acordo com Meira (2002):

O nome papel deriva da palavra papyrus com que foi designado o primeiro material para escrever feito pelo homem. À 6000 anos no Egito, usavam-se para escritura folhas que se obtinham esmagando os talhos de junco. Estes eram cortados longitudinalmente, em tiras, umas colocadas ao lado das outras, e sobre elas outras tiras  colocadas em seção transversal.  As duas capas colavam-se com a água e lama do Nilo ou então com uma massa de amido.
Isso mostra que desde os primórdios o homem se beneficia destes recursos naturais. Contudo, analisaremos ainda o papel das fibras vegetais sob diferentes aspectos, por exemplo, do que e como elas são constituídas? Como ela continua a ser utilizada na sua forma natural no Brasil? Além do vestuário, quais as outras formas de seu uso na indústria? A sua aplicação manufaturada pode trazer benefícios ambientais? Estas serão algumas questões que tentaremos responder no decorrer deste trabalho.


2 AS FIBRAS VEGETAIS, CONSTITUIÇÃO E O SEU USO

As fibras vegetais possuem características próprias e segundo Medina (apud LOBATO; OLIVEIRA; POTIGUARA, 2006):

O termo fibra pode ser definido sob duas formas: a histológica e a comercial. A histológica, como sendo todas as células esclerenquimatosas de forma tipicamente prosenquimatosas, isto é, de comprimento igual a muitas vezes a largura. (...) As fibras vegetais são provenientes de órgãos vegetativos como raiz, caule e de folhas e de órgãos reprodutivos como flores e frutos. Dependendo de sua origem recebem nomes populares como cipós, palhas, fibras e talas.
Porém as mais conhecidas são as provenientes do algodão, coco, linho, cânhamo, juta, sisal, tucum e diferentes espécies de cipó, as quais encontram as mais variadas aplicações no cotidiano.

É sabido que várias comunidades ribeirinhas e silvícolas da região do Amazonas ainda utilizam diferentes espécies de cipós para confecção de cestos para transporte de peixes, trançados rústicos em geral, amarrilho para construção de curral de pesca. Já as folhas maduras de algumas palmeiras são utilizadas para cobertura de moradias assim como para a confecção de diferentes recipientes da cestaria e panos que são também utilizados nos currais de pesca. Isso mostra que a fibra vegetal em estado natural tem grande aplicabilidade nestas comunidades.

O Brasil é um dos países que detém a maior biomassa vegetal do mundo, porém estes recursos são ainda mal explorados. Daí a importância da pesquisa com fibras vegetais, que poderão ser utilizadas cada vez mais na indústria, como por exemplo, para a confecção e reforço de plásticos, que por sua vez poderão ter uma infinidade de uso. O alto custo das fibras sintéticas aliado à busca por alternativas de baixo custo, de preferência materiais de fontes renováveis que não causem dano ao meio ambiente, pode transformar as fibras naturais em materiais extremamente competitivos com os tradicionais. E segundo a Circular Técnica, 16 da Embrapa (2002):

As fibras naturais quando incorporadas aos plásticos podem ser processadas por praticamente todos os métodos convencionais de processamento de plásticos (extrusão, injeção, calandragem e prensagem) e possuem menor densidade que as fibras inorgânicas tais como as fibras de vidro.
 Percebemos claramente as inúmeras oportunidades que se abrem na utilização deste material, aliado à perspectiva de um desenvolvimento sustentável.

Podemos destacar ainda a importância das fibras na alimentação humana, pois são partes dos alimentos de origem vegetal que não são completamente digeridos e absorvidos no sistema digestivo humano. No entanto são importantes para o funcionamento do aparelho gastrintestinal trazendo inúmeros benefícios.


3 CONCLUSÃO

Desde os primórdios a utilização das fibras vegetais teve contribuição importante na consolidação da civilização humana, pois através de seu uso foi possível ao homem consolidar sua sobrevivência e reprodução, seja para conseguir o alimento através de componentes destes materiais que compunham os apetrechos de captura. Ou ainda, para se aquecer e proteger contra as adversidades da natureza. Contudo, remanescentes deste uso primitivo ainda hoje podem ser observadas e comprovadas em diversas comunidades ribeirinhas e silvícolas, o que nos remete à possibilidade de traçar paralelos entre culturas separadas por longos intervalos de tempo.

Mas, foi através do papel, confeccionado com fibras vegetais, com a escrita impressa nele que o homem pôde significar o seu passado, revelando-nos a magnitude dos grandes feitos e a própria história do desenvolvimento humano.

Na atualidade, é necessário que a educação do país se volte às coisas que a biodiversidade, sobretudo a vegetal, tem de oferecer no sentido da pesquisa científica, pois com o uso de tecnologias apropriadas e já existentes, ela certamente nos trará respostas plausíveis para os dilemas relacionados à degradação do meio ambiente, que é o caso do uso indiscriminado do plástico e outras fibras artificiais.


5 REFERÊNCIAS

CIRCULAR TÉCNICA, 16. Uso de tecidos de fibras vegetais para melhoria das propriedades de materiais plásticos. Disponível em: . Acesso em: 18 jun. 2008.

LOBATO, L. C. B.; OLIVEIRA, J.; POTIGUARA, R. C. V. Fibras vegetais utilizadas na pesca artesanal na microrregião do Salgado, Pará. Disponível em: . Acesso em: 18 jun. 2008.

MEIRA, Rui. A reciclagem. Disponível em: . Acesso em: 18 jun. 2008.

A ESTATÍSTICA NO COTIDIANO ESCOLAR

A ESTATÍSTICA NO COTIDIANO ESCOLAR


Artigo Acadêmico
Odilon Manske   20/11/2008


RESUMO

A estatística no cotidiano escolar, relaciona-se com a coleta dos mais diferentes dados pelo corpo docente no ambiente escolar. Porém, estes dados que são transformados em taxas, índices, gráficos e tabelas não atestam a qualidade do ensino atual. Para que isto ocorra é necessário um olhar sociológico que seja capaz de gerar pesquisas amparadas em entrevistas populacionais que levem em consideração os aspectos sócio-econômicos de toda a comunidade escolar.

Palavras-chave: Coleta de dados; Ambiente escolar; Desempenho escolar.


1 INTRODUÇÃO

Há muito tempo a humanidade vem-se utilizando da estatística enquanto método para quantificar, medir, analisar e interpretar. Processos estes que possibilitam o conhecimento real de fenômenos naturais, bem como estes advindos da atividade humana, contribuindo desta forma para a tomada de decisões que poderão melhorar determinada situação.

Assim também a estatística é utilizada no ambiente escolar onde ela poderá desempenhar mero papel de formalidade burocrática quando utilizada simplesmente para elaboração de controle de rendimento escolar, como poderá servir para transcender a partir dos dados numéricos (índice de repetência, evasão, aprovação etc.), de encontro à soluções duradouras que englobem uma práxis diferenciada, voltada ao cotidiano da própria escola. Para que isso ocorra, faz-se necessário conhecer os alunos sob todos os aspectos.

No entanto, é fundamental que junto ao levantamento de dados relativos ao rendimento escolar se proceda com levantamentos do ponto de vista sociológico, que contemple aspectos sócio-econômicos da comunidade escolar, permitindo desta forma elaborar estratégias que permitam a redução das taxas de evasão, solidificando a inclusão escolar.

Cabe questionar se a prática de coleta de dados e sua tabulação no ambiente escolar contribui efetivamente para a melhoria geral do ensino no país. A nosso ver não está em jogo somente as taxas de repetência, aprovação e evasão escolar. Ao invés disto seria fundamental utilizar a estatística para atestar a qualidade do ensino na sua totalidade. Ou seja, ela deveria ser utilizada para trazer luz de como é a qualidade dos que concluem o ensino fundamental, médio e superior.


2 A ESTATÍSTICA APLICADA NO AMBIENTE ESCOLAR NA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE ENSINO

A estatística gerada no cotidiano escolar é a soma de todos os dados coletados pelo corpo docente da escola. Desde a quantidade de alunos no dia, o número de folhas, professores presentes e ausentes, as notas de avaliações, pais presentes em reuniões, número de alunos que participam da merenda escolar, alimentos consumidos mensalmente na merenda, períodos de horas/aula bimestrais, entre outros.

Já os dados referentes ao controle do rendimento escolar que dizem respeito à matrícula geral, aprovados, reprovados, evadidos, transferidos e a matrícula real no final de cada ano letivo são gerados pela secretaria da escola.

Tratando-se da estatística do controle do rendimento escolar no ensino público municipal, os mesmos são remetidos às respectivas Secretarias Municipais de Educação, onde é gerado um índice municipal do rendimento escolar anual.

A partir desse índice são estabelecidas as metas para o rendimento escolar do próximo ano, visualizando um aumento do índice de aprovação e permanência dos educandos nos respectivos estabelecimentos de ensino. Desta forma as estatísticas geradas coadunam com os parâmetros estabelecidos pela Política Nacional de Educação, adotada pelo MEC.

Assim sendo, o resultado dos dados estatísticos nada dizem a respeito da qualidade da educação do país. Muito mais atendem aos interesses políticos que alardeiam sobre a redução das taxas de evasão escolar, de repetência e por fim sobre o incremento da inclusão escolar.

Desta forma, as escolas que não alcançam os índices mínimos pré-estabelecidas devem desenvolver um programa de melhoria educacional. Isto posto, é práxis corrente das direções de escolas municipais induzirem o corpo docente a valorizar mais o número do índice de aprovação a real aprendizagem do aluno, causando muitas vezes um ensino deficitário. Ainda de acordo com Carvalho (2001), “as estatísticas, as taxas, os índices, os gráficos e as tabelas são cada vez mais tomados como sinônimo de verdade final e incontestável, como prova cabal desta ou daquela afirmação ou como arma em disputas de poder, privilégio e prestígio”.

Isto prova que a estatística atualmente aplicada no cotidiano escolar, ao invés de mediar as ferramentas necessárias para viabilizar mudanças eficazes e duradouras, nada mais é do que aferir números frios e evasivos que atendem determinados interesses.


3 A ESTATÍSTICA COMO FERRAMENTA EFICAZ PARA CONSTRUIR UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

O corpo docente que gera todos os dados pertinentes à situação do aluno no ambiente escolar, deveria lançar mão também de uma visão sociológica; não só do aluno, mas sobre toda a comunidade escolar. Nestes termos, faz-se necessário a pesquisa sócio-econômica do membro estudantil que vá de encontro ao verdadeiro sujeito, que é o aluno, fornecendo desta forma as ferramentas adequadas para formular estratégias personalizadas no que diz respeito à relação professor x aluno.

Contudo, entendemos que esta práxis é extremamente complexa do ponto de vista de sua aplicação. Uma vez que uma grande parcela do corpo docente coaduna com os preconceitos do status quo estabelecido, impossibilitando desta forma o conhecimento real do objeto a ser pesquisado.

No entanto, algumas práticas de coleta de dados que dizem respeito à situação nutricional dos alunos, podem ser gerados, por exemplo, pelos professores de Educação Física, quando da medição de crescimento e pesagem periódica dos alunos, elaborando gráficos comparativos de evolução. Expressando através deles, o conhecimento do hábito alimentar da população e do aluno, permitindo a sugestão de possíveis mudanças no conteúdo das disciplinas específicas que tratam da questão nutricional. Podendo influenciar inclusive na melhoria da alimentação no espaço escolar.

Para que a estatística funcione enquanto ferramenta de conhecimento da realidade populacional e seja utilizada para alavancar mudanças qualitativas, é necessário reconsiderar a situação atual do corpo docente.

Vivemos numa realidade em que o professor é mal remunerado, sendo que muitos cumprem uma carga horária de 40 a 60 horas semanais, quando a realidade deveria ser uma carga horária de 20 horas, com o salário de 40 horas, possibilitando a utilização do tempo restante para pesquisa, formação, elaboração dos planos de aula e correção de trabalhos.

Além dos aspectos econômicos desfavoráveis, o professor encontra-se muitas vezes em um péssimo ambiente de trabalho, com salas superlotadas, instalações precárias, direções escolares autoritárias, deficiência de materiais e equipamentos entre outras coisas.

Se por um lado a sociedade demanda e exige mudanças substanciais que contemplem a qualidade de formação dos nossos alunos, por outro lado, a realidade atual do corpo docente não permite estas mudanças, que exigem, sobretudo, um dinamismo Hercúleo voltado a uma práxis criativa e inovadora.

Neste aspecto somos obrigados a concordar que no presente momento a grande maioria dos educadores simplesmente geram números, em que o próprio aluno se funde como um número a mais, impossibilitando transcender a partir deles para construir uma nova prática educativa.

Portanto, mudanças estruturais profundas na educação se fazem necessárias, em que a qualidade do ensino deve estar em primeiro lugar, permitindo o uso e o incremento da estatística no ambiente escolar enquanto ferramenta racional viva para proporcionar mudanças qualitativas no processo de ensino-aprendizagem.


4 CONCLUSÃO

Os dados estatísticos no ambiente escolar, coletados pelo corpo docente, cumprem geralmente mera função de controle de materiais, desempenho escolar dos alunos entre outros. Os dados referentes ao controle do rendimento escolar de toda a escola são gerados pelas respectivas secretarias das escolas.

Porém, através destes dados não é possível atestar a qualidade do ensino, eles são utilizados simplesmente para estabelecer metas a serem alcançadas de acordo com a política estabelecida pelo MEC, atendendo desta forma os interesses políticos do Estado.

No entanto, a estatística pode desempenhar papel importante no ambiente escolar a partir da coleta de dados através de pesquisas que contemplem entrevistas sob o ponto de vista sociológico com a comunidade escolar, podendo aferir assim números confiáveis sobre a realidade sócio-econômica do meio, possibilitando um relacionamento dialógico diferenciado e personalizado entre professor e aluno.

Para que isso ocorra, mudanças estruturais que envolvam todo o sistema de ensino se fazem necessárias, uma vez que a complexidade envolvida neste processo é muito grande.


5 REFERÊNCIAS

CARVALHO, M. P. Estatísticas de desempenho escolar: O lado avesso. Disponível em: . Acesso em 20 nov. 2008.